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Vietnã




Em mais uma escala do nosso mochilão, partimos de Vientiane (Laos), no dia 12 de abril de 2017. Essa cidade, na nossa avaliação atual, facilmente ficaria fora do roteiro pelo Sudeste Asiático. Como já relatamos no 'post' do Laos, não nos atraiu muito. Viajamos para Hanói no voo das 14:40 h pela Laos Airlines, muito boa, tudo de primeira qualidade. Chegamos ao Vietnã às 15:50 h, mais precisamente na capital do país.

Passamos mais um sufoco, de novo, com o visto de entrada. Desta vez no Vietnã. Já no check-in em Vientiane tive que assinar um documento afirmando que eu viajava por minha conta e risco. Isto porque não percebi que na aplicação do pré-visto pela internet, a data do dia do meu nascimento estava errada, apesar de mês e ano estarem corretos. Na chegada em Hanói, pagamos mais 25 euros cada um pelo visto de entrada. Ressalta-se que o pré-visto que tiramos pela internet é apenas mais uma etapa no longo processo de entrada no Vietnã, pois o visto mesmo, só no aeroporto.


De lá, fomos direto para a estação de trem, de onde o mesmo partiria para Sa Pa. No planejamento inicial não incluímos Sa Pa no roteiro, mas conversando com um casal israelita em Koh Lipe e também porque minha filha havia amado este lugar, nós ficamos convencidos a mudar o nosso roteiro. Assim fizemos e incluímos esta cidadezinha charmosa, que fica em uma encosta íngreme - na fronteira com a China -, cercada de cenários paradisíacos. Na região o visitante poderá caminhar pelos famosos terraços de arroz, admirar e fotografar belas montanhas - em geral cobertas por névoa - e também terá a oportunidade de conhecer vários grupos étnicos vietnamitas, como os Black H'mong e os Red Dzao.

Nossa aventura começou já no planejamento, pois teríamos cinco dias para conhecer Sa Pa, Hanói e Halong Bay, já que as passagens e hotéis do Vietnã haviam sido comprados com bastante antecedência e ficaria muito oneroso mudá-los em cima da hora. Sendo assim, dormiríamos duas noites no trem, na ida e na volta de Sa Pa e mais um na cidade, além de um pernoite em Hanói e outro no navio em Halong Bay. Claro que ficou cansativo, corrido e com o prejuízo de conhecermos menos a antiga capital do Vietnã do Norte. Mas como era o tempo que dispúnhamos, encaramos a maratona e ao final vimos que valeu super a pena.

Ainda próximo a estação de embarque do trem, comprei um casaco para enfrentar o frio de Sa Pa, de 10 graus pela previsão. Eu havia doado o meu casaco que trouxe do Brasil para o motorista e guia, Mr Sun, na Indonésia, pois não necessitaria mais dele. Foi engraçada a compra, pois a vendedora vietnamita não falava nada de Inglês e a maioria dos casacos estava muito empoeirado e ela sinalizava que bastava eu espanar o pó. Como não havia outra opção por perto e o trem partiria a seguir, acabamos fechando a compra. Antes, é claro, barganhei bastante, mostrando o preço que queríamos na máquina de calcular. Finalmente, compramos um casaco que estava protegido do pó por um plástico.

Desta vez fomos de primeira classe, na Fanxipan Express Train, cujo review no Trip Advisor era bom. Gostamos bastante do trem e da cabine.






Um inconveniente é que o trem só vai até Lao Cai, distante cerca de 40 km de Sa Pa. No próprio trem compramos o ticket da Van que nos levaria até o hotel.


No dia 13 de abril, nos instalamos no Amazing Hotel.



Muito chique, com ótimo café da manhã, excelente vista, quarto muito confortável e um ótimo e receptivo staff. Pena que não pudemos curtir o hotel e sua piscina térmica, por exemplo, pois foi tudo muito corrido na cidade.




Andamos pelo centrinho da cidade, muito charmoso e compramos o 'trekking' de 13 km, do dia seguinte na Sapa O´Chau. http://sapaochau.org/trekking-and-homestays/treks-and-tours/trekking-tours/ta-phin-trek-1-day/.


Na sexta-feira, nós quase cancelamos o tour pois minha esposa não passou bem à noite e começou a sentir dores na área do abdômen. Mas guerreira como é, tomou um analgésico e saímos para o que seria uma caminhada sensacional, apesar de cansativa. Não me recordo o nome do guia, mas ele foi excelente.



Logo no início da caminhada, ainda perto da cidade vimos um cachorro, ainda de olho aberto, mas já no espeto. Perguntamos logo para o guia se era comum comer carne de cachorro e ele respondeu que sim, desde que seja o seu. Lemos na internet que são abatidos cerca de 4 milhões de cães nesta prática tão comum no Vietnã.



Logo a seguir, no caminho para Ma Tra Village, uma senhora da tribo Red Dzao começou a nos acompanhar, com a desculpa de querer praticar inglês. Nos ajudou também na trilha enlameada, mas o que queria mesmo era vender algum artesanato. O guia nos orientou que se não fossemos comprar nada seria melhor avisá-la. Avisamos, mas mesmo assim ela nos seguiu por um bom tempo.


Vimos também muitas crianças pelo nosso caminho:



Almoçamos uma comida bem típica em Ma Tra e seguimos a caminhada até Ta Phin vendo cenários deslumbrantes dos campos de arroz, plantados em nível.




Após mais de 6 horas de magnífica caminhada, um carro nos esperava em Ta Phin, a fim de nos levar de volta para o hotel. Vimos mais paisagens incríveis.





Aproveitamos e conversamos bastante com o guia e algumas curiosidades valem a pena serem relatadas. Primeiro perguntamos como ele conheceu sua atual esposa e ele respondeu: "raptei-a de moto"! Ele é natural de uma tribo H´ Mong, mais comum no interior e por lá é comum o rapto das mulheres pelos homens a fim de se casarem. A noiva gostando do noivo, tem três dias para dizer o sim, após o “rapto”.


“If the girl agrees to become his wife, a wedding will be held. However, the girl can happily go home after three days if she does not like him. Traditionally, when a boy wants to marry a girl, he will make his intentions clear, and will “snatch” (zij) her during day light or night at any opportunity that is appropriate. This is traditionally only a symbolic kidnapping. Before kidnapping her, the boy must first give a gift to the girl whom he wants to marry. After a couple of days, the boy can then kidnap the girl. If the boy has never given a gift to the girl, she is allowed to refuse and go back home with any family member who comes to save her”


Outras curiosidades foram sobre religião e afins. Comentou que a saúde e educação públicas são muito carentes e que bons atendimentos só nas redes privadas. Pudemos comprovar isto em Ho Chi Minh, na pele. Curioso também é que, segundo ele, o budismo daqui é diferente e realmente nós não vimos monges nem templos e eles acreditam muito na reencarnação dos seus antecessores. O funeral é um ritual importante, que se transforma em uma festa, com muita comida e bebida.


“ The funeral is the most important time for practicing rituals in the H´mong community because without practicing the necessary rituals the soul will roam for eternity. Funerals in the H`mong culture can last anywhere from three to twelve days “.


Este trekking foi memorável, pela raça da minha mulher, pela beleza encontrada e pela enorme cultura adquirida.

À noite nesse mesmo dia, bem cansados, mas em êxtase, embarcamos para mais um pernoite no mesmo trem que viemos para cá, novamente de Lao Cai para Hanói.


No dia 15 de abril amanhecemos em Hanói e nos hospedamos no Tirant Hotel. Ele é muito bem localizado, bem no centro, no chamado “old quarter” a duas quadras do lago Hoan Kien. No terraço do hotel é servido o excelente café da manhã. Também tem uma piscina e uma vista singular da cidade. O quarto é muito bom, com cama e travesseiro muito confortáveis. O staff é atenciosíssimo.



Saímos então para passear e após dois meses pelo Sudeste Asiático, não havíamos visto nada parecido com este centro de cidade: uma verdadeira loucura! Tem de tudo espalhado pelas ruas e pior, tudo misturado. A calçada para pedestres, como exemplo, nem pensar, pois as motos ficam ali estacionadas.




Para atravessar a rua é uma doideira, pois praticamente não tem sinal e se a gente ficar esperando uma brecha, vai ficar esperando eternamente. A dica que lemos e funciona é encarar as motos e não parar.

As compras de produtos “made in Vietnã” são uma ótima opção, pois são baratíssimos. Jaquetas North Face, por exemplo, custam cerca de 50 reais. Conhecemos o lago já citado, uma ponte interessante que conduz a uma pagoda dentro do lago e o mercado Dong Xuan. Vimos até brincadeiras dos vietnamitas no caminho:




Compramos ainda antibiótico para a Carla numa farmácia perto do hotel, no 'old quarter'. Utilizamos a receita da Nova Zelândia e a farmácia aceitou.



Hanói é bem diferente de tudo o que vimos. As primeiras impressões, foram das melhores, mesmo tendo em vista o caos do trânsito e das motos. Porém, a atmosfera da cidade e do povo é vibrante e acolhedora. Com certeza valeria muito a pena termos mais tempo na cidade.


No Domingo fizemos o cruzeiro para Halong Bay. Sem dúvidas um dos “highlights” da viagem pelo Vietnã. Aliás, foram tantos, pois Sa Pa, Hoi An e Cu Chi, também entram nesta lista.




Compramos o Paradise Luxury Cruise, total de 390 USD$, incluindo o traslado para o aeroporto no regresso do navio. https://www.paradisecruise.com/2-day-1-night-luxury-halong-bay-cruise.html



Eles nos buscaram cerca de 7 h da manhã no hotel e nos conduziram de Van até Halong Bay, em uma viagem que demorou aproximadamente 4 horas. Logo ao chegarmos ao porto de embarque ficou clara a qualidade do serviço, porque a infraestrutura da Paradise é muito boa. Fomos recepcionados com lanche após o check-in, no Paradise Suites, hotel da Companhia. A chegada a bordo foi por volta das 13 h e após um briefing com as instruções de segurança e apresentação da tripulação, foi servido o almoço. Todas as refeições foram de altíssima qualidade, com entrada, prato principal e sobremesa.





Durante a tarde passeamos pelo navio:





Visitamos ainda a Cua Van Floating Village, vila flutuante. Interessante já que essa comunidade literalmente vive na água. Até a água doce tem que ser trazida do continente. Eles vivem da pesca e do turismo. Até a escola é flutuante.




Os moradores locais dessa comunidade vão até o navio vender guloseimas. O método da venda é muito interessante pois eles entregam as mercadorias em cestas penduradas em varetas muito altas.



No final da tarde tivemos uma “cooking class”.



Depois da aula curtimos um irado pôr do sol, tomando uma cerva gelada. Detalhe, a cerveja no Vietnã custa um real! Isso mesmo e é da boa!




O jantar deste dia foi de gala, respeitando as tradições locais.



A noite seria a sessão de cinema, com o filme Indochina, mas estávamos muito cansados pela nossa batida frenética até aqui no Vietnã. Pulamos essa programação e fomos direto dormir.


No dia 17 de abril nós acordamos cedo, pois a alvorada seria com uma aula de Tai Chi Chuan, no deck do navio. Pegamos o final da aula.



Após o café da manhã na varanda do navio, visitamos a Sung Sat Cave, de bote.




Algumas fotos do topo da caverna, mostram os demais navios na Baía e a enorme quantidade de cruzeiros, por dia, que fazem este tipo de passeio.




Regressamos para o cais por volta de meio-dia, onde foram servidos snacks no Paradise Suites Hotel e de lá voltamos para Hanói. Descansamos um pouco na portaria do Tirant Hotel e por volta das 18 h fomos para o aeroporto.

Decolamos para o aeroporto de Da Nang às 20:45 h, pela Vietnan Airlines. Pagamos um transfer de Da Nang, distante 30 km do hotel, para nos recepcionar no aeroporto (19 USD$).

Nos instalamos no Atlas Hoi An por volta das 23 h (50 USD$ a diária). O hotel era bem localizado, a 5 minutos a pé do “old quarter”. O quarto era muito bom, com cama e travesseiros ótimos. Possuía varanda bem avantajada e o café da manhã era excelente. A piscina era muito boa. O que deixou a desejar foi a sauna, que era cobrada a parte e a academia, que era demasiadamente pequena e sem ar condicionado. Do nosso quarto podíamos curtir um por do sol incrível.



Na terça-feira fomos procurar um atendimento hospitalar para a Carla, que estava com os mesmos sintomas que havia sentido na Nova Zelândia. O nosso plano de saúde, World Nomads, indicou o Pacific Hospital. Pedimos orientação na portaria do hotel e eles nos indicaram como chegar lá. Com as bicicletas do hotel, fomos em busca do Hospital. Erramos o caminho e acabamos chegando em um hospital, pensando que era o correto.



Descobrimos que estávamos em um hospital público e um pouco precário.

Depois de muito procurar, achamos o Pacific Hospital! Agora sim, com instalações bem apropriadas. Fomos atendidos por um doutor simpático. Fez uma ultrassonografia e disse que era muito provável que fosse diverticulite. O hospital forneceu a medicação e fomos para o hotel, descansar.


No dia 19 de abril saímos pelo 'Old Quarter' de Hoi An para conhecê-lo durante o dia.




A Carla aproveitou e fez a primeira prova do vestido de festa que encomendou em uma das centenas de alfaiatarias que existem em Hoi An.


Durante o passeio, fomos a uma feira local e no trajeto vimos uma vietnamita e seu chapéu típico, carregando galinhas vivas.





Repare a bomba de gasolina vietnamita, utilizada pelas motos.



A tarde ficamos na piscina e à noite fomos curtir as tão famosas lanternas que iluminam as principais ruas da cidade. Charmosa demais, a noite, com todas aquelas lanternas acesas. Inclusive, seguindo a tradição de colocar velas no rio.








Na quinta-feira pela manhã, fomos à praia em An Bang Beach, de bicicleta. O melhor dos 6 km até lá foram os campos de arroz no caminho.




A praia é boa, com água fria, mas bem limpinha. Após visitarmos as praias da Tailândia, não dá para comparar, é claro. Como tínhamos tempo extra em Hoi An, valeu a pena visitá-la. Uma dica que damos é que não precisa estacionar sua bicicleta no início da praia, como alguns guardadores quase te obrigam, para cobrar pelo estacionamento. Indo pela rua de dentro, paralela à praia, encontra-se local para tal.



Durante a tarde, fizemos a segunda prova do vestido da Carla. Jantamos no restaurante Good Morning Vietnan. Muito boa a pizza de margarita. O preço estava bom, cerca de 10 reais ou 130 mil dongs. Só faltou o ar condicionado para ficar perfeito.




No dia 21 de abril alteramos o planejamento inicial e permanecemos mais este dia na cidade. Os motivos foram que a Carla não estava melhorando e vimos que em Hue, somente o palácio imperial era um atrativo e daria para fazer tudo em um dia só. Permanecemos na piscina do hotel, apanhamos o vestido lindão da minha lindona e descansamos.



No sábado fomos para Hue de carro privado (45 USD$). Foram três horas de viagem. O Vietnã tem no seu nome oficial República Socialista, entretanto, apesar de não se chamarem oficialmente comunistas, os guias locais falam que o regime de seu país é o comunismo. Desde a nossa chegada à Hanói fiquei tentando entender o “comunismo” . Havia visitado a Romênia, antes do desmantelamento da URSS com suas republicas orientais e vi como se vivia em um regime socialista. No Vietnã, fora algumas bandeiras vermelhas, não vimos nenhum sinal externo de socialismo, como diz o nome oficial. Ho Chi Minh, antiga Saigon e Hanói são cidades onde o capitalismo tem presença marcante, com lojas de grife e bancos mundiais, como Louis Vuitton e HSBC, por exemplo.


No caminho, paramos para almoçar em um restaurante praiano em que os peixes vivos ficavam expostos nos aquários e a gente escolhia qual o tipo gostaríamos. Dali era assado na brasa, na hora. Como eu não estava dirigindo, aproveitamos para beber uma cerva local.




Chegando em Hue, nos hospedamos no Hue Imperial (90 USD$).



Sua localização era ótima e o quarto possuía uma vista incrível da cidade. Excelente café da manhã. A academia era fraca, mas deu pro gasto. A piscina era boa. Deixou a desejar pela sauna que era cobrada. Como a Carla não havia melhorado, não saímos do hotel.




No dia 23 de abril voamos para Ho Chi Minh pela Viet Jet Airlines (11:05 h/ 12:25 h). Nos hospedamos no Majestic Hotel.



Reservamos o hotel após assistirmos a um documentário no History Channel. Custou 110 dólares americanos, a diária. O hotel é até chique e bonito, mas para nós foi uma decepção, pelo seguinte:

1- Nosso quarto não tinha luz solar. A única janela dava pro corredor dos outros quartos, ou seja, não podíamos abri-la.

2- A Sauna estava em obras. Sem aviso prévio quando reservamos. Ofereceram para usarmos a de outro prédio, mas teríamos que pagar pela mesma.

3- O Room Service extremamente abusivo. Uma Coca Cola custava 135 mil dongs. Nos bares custava dez vezes menos.

4- A Piscina ficava localizada no meio dos prédios e quase não pegava sol.

Chegamos ao hotel e fomos direto para a excelente clínica, Hospital Raffles Clinic, indicada pelo plano World Nomads. Fomos muito bem atendidos e a Dra pediu os exames adequados, inclusive uma Tomografia (CT). Como a clínica não fazia a CT, a médica pediu que solicitássemos a autorização do nosso plano e voltássemos no dia seguinte para que ela nos encaminhasse a um local que fizesse a tomografia.

Na segunda-feira voltamos à clínica e de lá fomos levados por um motorista e uma enfermeira a um Hospital Público, para fazer a tal tomografia. A impressão que tivemos foi que as máquinas de tomografia eram bem escassas por lá. Muita gente nos corredores. Como a nossa CT era particular, praticamente furamos todas as filas do hospital. O mais impressionante é que o exame foi muito rápido. Enquanto no Brasil a gente demora bastante tempo no exame e a máquina de scanner passa várias vezes, no Vietnã, passou só uma vez.

Outra curiosidade interessante que vimos foi a enorme quantidade de motos estacionadas dentro do hospital e todas sem nenhuma tranca, inclusive com capacetes, mochilas e bolsas deixadas soltas nas mesmas.




Voltamos para a clínica e como o resultado da tomografia demorou a sair, resolvemos visitar o Museu de Memórias da Guerra que ficava bem próximo.



A história da guerra vista pelo lado dos EUA é bem diferente da vista pelos vietnamitas. No museu vimos que A Guerra de Resistência contra a América (em vietnamita: Kháng chiến chống Mỹ) ou simplesmente Guerra Americana, é como eles chamam a guerra do Vietnã. A exposição começa do andar de cima pra baixo e não tem aviso nenhum sobre isto. Aliás, não tem mapa de informações. Além disto, fecha cedo, às 17 h. Mas valeu a pena essa visita pela história. Dentro só fotografias, focando como eles resistiram ao poderio bélico americano. Muitas fotografias terríveis da guerra química americana e suas consequências. Valeu muito a pena visitá-lo.




Voltamos para a clínica e uma outra Dra, originária da África do Sul, também excelente, nos passou o diagnóstico de diverticulite. Recebemos a medicação e no caminho de regresso para o hotel paramos na Catedral para visitá-la.



Perto dali, paramos no Teatro Opera de Saigon para conhece-lo e demos muita sorte, pois iria começar um show às 18 h, chamado Teh Dar, com bambus. Acabamos assistindo a um belíssimo espetáculo. Pena que não podia fotografar. Foto só com os artistas, após o espetáculo.




No dia 25 de abril, aniversário de 80 anos da minha mãe, fomos ao Ben Thanh Market pela manhã.


O mercado é muito bom. Oferecendo ao menos a metade do preço cobrado, a gente sempre fecha o negócio. Muitas lembranças, roupas, tênis, bolsas, comida, enfim, tem de tudo. Compramos um tênis Adidas por 600 mil dongs e muitas lembranças boas e baratas.



Depois fomos visitar o Palácio da Reunificação.



Este Palácio é um dos pontos turísticos imperdíveis de Ho Chi Minh City. Foi erguido em 1966 como a residência do Presidente do Vietnã do Sul (governo filiado aos Estados Unidos). Foi contra os portões desse local que tanques comunistas chocaram-se em abril de 1975, momento no qual a antiga Saigon rendeu-se ao norte e a guerra do Vietnã foi encerrada. Fotos que são ícones deste fato:





O Palácio fecha as portas de 12 às 14 h. Ainda bem que estávamos na última parte da nossa visita quando fomos avisados. Deixamos a dica de não deixar de assistir aos documentários na saída do bunker, no sub-solo, pois na minha opinião foi uma boa narrativa da guerra do Vietnã. O Palácio não tem grandes atrativos no seu interior, entretanto no terraço você pode ver a marca em vermelho das bombas lançadas por um piloto vietcong infiltrado nas forças do Sul e um helicóptero Huey utilizado pelo então presidente do Vietnã do Sul.



Para nós o ponto forte da visita foi o bunker.




Ainda tem muita coisa remanescente da guerra no seu interior, principalmente mapas da época e das comunicações do então Vietnã do Sul. Valeu muito a pena essa visita.


Voltamos para o hotel a tempo de assistirmos o The Voice USA que estava passando às 14 h. Detalhe: assistíamos as apresentações ao vivo por lá, enquanto que no Brasil, só vídeo com duas semanas de atraso.


Na quarta-feira visitamos o Cu Chi Tuneis. Sempre é difícil qualificar quais foram as principais atrações em cada país. Já entre as dez melhores é mais fácil. Com certeza essa visita foi “top ten” do Vietnã. Fomos de “speed boat” pelo Rio Saigon e demorou 1h 30 min para chegarmos lá.





Voltaríamos de ônibus, ao preço de 60 dólares por pessoa, mas demos sorte e recebemos um “upgrade” para voltarmos no mesmo barco da ida, pois acho que seríamos os únicos a regressar de ônibus. Saímos do hotel às 7:45 h e voltamos as 14 h, após um excepcional almoço de 10 pratos. A visita aos túneis noz fez viver e sentir a guerra intensamente. Que experiência fantástica.


'Uma das “armas secretas” dos vietcongues, os túneis eram escavados com as mãos ou com ajuda de pás, atingindo até 20 m de profundidade e 120 km de extensão. Enquanto tropas e helicópteros norte-americanos ocupavam os céus e as florestas do Vietnã, durante a guerra de 1961 a 1975, os vietnamitas do norte e as forças comunistas valeram-se dessa estrutura primitiva, mas extremamente eficaz. Cada malha subterrânea podia abrigar milhares de pessoas, por períodos que podiam durar vários meses. O complexo mais famoso ficava no distrito de Cu Chi, a cerca de 70 quilômetros a sudeste de Saigon, a capital do Vietnã do Sul, e próximo de importantes bases militares americanas. Aliás, havia túneis que se estendiam até debaixo das bases inimigas, criando entre os americanos a lenda dos fantasmas vietcongues. Eles apareciam, de repente, disparavam rajadas de metralhadoras e… sumiam!' Internet.


A guia falava um inglês compreensível, então foi ótimo.




Depois, percorremos um circuito em que haviam armadilhas, estandes de tiro (podia-se atirar com fuzis da época), bombas e cavernas que mostravam alguns tipos de esconderijos. Vimos muitos tipos de armadilhas utilizadas pelos vietcongs. Foram mostradas como eram fabricadas no local, as roupas e suas sandálias. Fotos abaixo:







A alimentação dos vietcongs era preparada em cozinhas equipadas com um sistema de “chaminés”. Por meio delas, a fumaça criada com o cozimento de arroz e carne era desviada para centenas de metros de distância:




A atração maior, sem dúvida, foi entrar nos túneis originais da guerra.





Entramos no túnel e para nós foi difícil andar agachado por muito tempo, razão pela qual saímos após os primeiros 20 metros bem claustrofóbicos. Haviam outras saídas aos 40 e 60 metros. Deu para sentir a enorme dificuldade dos vietcongs na época, pois atualmente os túneis são iluminados e com ventilação. Na guerra não havia nada disso. Na última seção da visita, entramos em outros túneis, que ligavam a cozinha ao posto de comando dos vietcongs. Estes mais espaçosos do que o inicial. Entretanto, a guia desligou a luz após percorrermos alguns metros dentro do túnel e como eu ia à frente do tour fiquei desorientado de tão breu que estava. Recorri à lanterna da Carla, atrás de mim e conseguimos chegar ao destino final.



No regresso ainda participamos de um banquete com 10 pratos, começando com este pão sensacional que parecia uma bola, cheia de ar:







Encerrávamos assim a visita ao Vietnã, após 16 dias. Começamos falando do que mais importa em uma nação, o seu povo. E do vietnamita em geral a gente lembra bem dos sorrisos fáceis por todos os lados, largos ou tímidos, mas sempre presentes. O povo é muito simpático e receptivo, marca registrada do Sudeste Asiático. Segundo, ressaltamos as impressionantes Sa Pa, Halong Bay e Hoi An, com suas belezas naturais incríveis. Já Hanói, mesmo com o caos do trânsito e as suas motocicletas que tomam conta de boa parte das vias públicas e calçadas, conta com uma atmosfera vibrante. Ho Chi Minh e Cu Chi são "história na veia". Terceiro, o tradicional chapéu cônico vietnamita, sempre presente nos arrozais e até mesmo nas cidades. Quarto, pela recuperação extraordinária do país, após o prejuízo econômico enorme, assim como, o moral e sentimental incalculáveis causados pela guerra há menos de 50 anos atrás. Quinto e não menos importante, pela cerveja boa e mais barata do mundo.

3 Comments

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Guest
Jul 19, 2023
Rated 5 out of 5 stars.

Adorei!! Ótimas dicas!

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Joao Belo
Joao Belo
Jan 23
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Valeu. Muito obrigado!

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