A ilha foi descoberta pelo navegador Américo Vespúcio em 1503, participante da segunda expedição exploratória às costas brasileiras.
O lugar foi descrito por ele assim: “o paraíso é aqui” e entregue no ano seguinte como a primeira Capitania Hereditária, ao fidalgo português Fernão de Loronha, financiador da missão.
Loronha! Isso mesmo que vocês leram, com “l” e pasmem, ele e a sua família nunca pisaram por lá. Não sabiam o que estavam perdendo!
Antes de se tornar destino turístico em 1988, o arquipélago foi palco de algumas invasões estrangeiras, foi uma base americana durante a II GM e também durante a guerra fria. A fim de defender a ilha, os portugueses construíram o maior sistema fortificado do país no século XVIII. Eram 10 fortes, sete no Mar de dentro, dois no Mar de fora e um deles numa ilha secundária, a de São José.
Com esta breve introdução histórica, vamos ao que interessa, que são as praias paradisíacas PRESERVADAS, muita vida marinha e a descrição da nossa estadia neste paraíso. O mapa acima servirá para a sua localização ao nos acompanhar nessa viagem.
Nossa aventura começou ao comprarmos as passagens. Acho que foi em Março ou Abril, não lembro bem, quando o meu filho comprou a ida e volta dele para Noronha, por 170 reais. Eu não acreditei e disse que era “fake”. Todavia, mesmo assim tentei e não consegui. Então, ele comprou as nossas passagens, minha e da minha mulher. Pode crer, viajamos para Noronha por esse preço que de ônibus não dá nem pra sair do estado. Por mais de uma vez nossos trechos foram cancelados pela cia aérea e ficávamos horas ao telefone para remarcar. Enfim, embarcamos no dia 01 de dezembro de 2021, no voo Gol 1860 do Galeão para Recife, às 09:15h e de lá, no voo Gol 1862 das 14:10h para Noronha. Prefira os assentos do lado esquerdo do avião, pois terá uma bela paisagem logo ao sair de Recife para Noronha e na chegada na ilha também, veja:
Algumas providências são necessárias antes da viagem, fora a comprovação das vacinas da Covid. Vamos a elas:
-A primeira dica é fazer o PASSE VERDE do governo de Pernambuco:
-As outras são as TAXAS de Fernando de Noronha.
Qualquer cidadão acima de 5 anos que visita o arquipélago deve pagar uma taxa de preservação ambiental (TPA), cujo valor varia de acordo com os dias de permanência na ilha. No nosso caso, para seis dias, a TPA foi de aproximadamente 450 reais, para cada. Bem caro! Sugerimos pagá-la previamente, preenchendo um formulário no site oficial da ilha copiado abaixo. Importante: Guarde o TPA até o seu desembarque da ilha, pois pedirão para você apresentá-lo no dia do seu regresso, a fim de conferência e baixa do mesmo.
-Não acabou... ainda tem MAIS uma taxa: a do Parque Nacional Marinho (PARNAMAR), que inclui o acesso às praias do Atalaia, Sancho, Sueste e a do Leão, além de passeios de barco e mergulhos. Por isso, caso o seu roteiro inclua algum desses passeios, será necessário pagá-la diretamente na bilheteria do Centro de Visitantes ICMBio (dinheiro, cartões de crédito e débito) ou pelo site oficial abaixo. Tem gratuidade abaixo de 12 e acima de 60 anos, portanto, me livrei desta taxa.
Chegamos ao aeroporto e pegamos um taxi direto para o ICMBio para tentarmos marcar as trilhas. Se for do seu interesse fazer alguma delas, faça o mesmo que nós. Demos sorte e conseguimos agendar as duas que nós queríamos: a trilha Atalaia Curta e a Atalaia – Pontinha Caieiras. Vale muito a pena. Vamos contar mais sobre elas mais a frente.
Mais um taxi e chegamos à Pousada Gaúcha, na Vila dos Trinta. Como tudo na ilha tem preços salgados, esta não é diferente, entretanto reservando com antecedência, conseguimos melhores preços. A hospedagem nos atendeu plenamente, já que a sua localização, café da manhã, ar condicionado e a TV foram bem satisfatórios.
Fomos rapidinho comer alguma coisa por perto da pousada, pois a fome era negra! Acabamos no Dom Black, que fica bem em frente à Praça Flamboyant. Comemos um mega cheeseburguer de babar!
No segundo dia, fomos conhecer as praias do Americano, Bode, Quixaba, Cacimba do Padre e Baía dos Porcos, localizadas no Mar de Dentro. Chamo a atenção para consultar a tábua de marés antes de visitá-las. É importante porque o acesso à Baía dos Porcos somente é permitido na maré baixa. Aliás, se puder viajar em agosto ou setembro para Noronha sua estadia será melhor ainda, pois nesta época, o mar estará calmo, o sol será constante e as praias formarão muitas piscinas naturais. Demos muita sorte, pois pegamos tempo bom todos os dias e o mar quase sempre favoreceu os nossos passeios. De dezembro a fevereiro, a ilha é muito procurada pelos surfistas, pois o mar fica mais revolto.
Voltando às praias, a do Americano tem cerca de 200 m de extensão. É pequena, mas muito bonita e ainda cercada por falésias e pedras. Possui um mar cristalino, ondas fracas e areia fofa. Detalhe que a água do mar é morna, assim como em TODAS as praias da ilha e isto faz muita diferença, pois não dá vontade de sair do mar, ainda mais para quem mora no Rio como nós, cuja água é gelada. Como era a nossa primeira praia na ilha, ficamos encantados. Emendamos com a do Bode e Quixaba. Belíssimas praias ao mesmo estilo da primeira.
Atravessamos a praia do Cacimba do Padre para chegar na Baía dos Porcos. Uma das praias mais bonitas de Noronha e que faz parte do PARNAMAR. Havia um fiscal do parque na Baía. O acesso pode ser feito através de uma pequena trilha a partir do canto esquerdo da Cacimba do Padre, sobre as pedras. A praia é bem pequena e de águas bem transparentes. Na maré baixa formam-se algumas piscinas naturais e a sua vista é privilegiada, bem de frente para o cartão postal da ilha. De frente para o mar, em sua extremidade direita se localiza o mirante do Morro Dois Irmãos. Já na esquerda tem uma belíssima piscina, porém proibida, devido à presença de corais. Curta o visual:
Neste dia ficamos curtido um solzinho na praia do Cacimba, a praia dos surfistas e onde tem estrutura com barracas e um bar. Tomamos uma cerveja Corona bem gelada. A dificuldade é chamar um taxi na volta, pois o sinal de telefone é bem ruim por lá.
De tarde fomos almojantar no restaurante Varanda, sugestão do meu filho. Aqui vai um parênteses, em relação aos horários dos restaurantes. Como de costume, reforçamos o café da manhã para segurar a onda até tarde. Porém em Noronha, muitos restaurantes fecham às 15 h. Ainda bem que o Varanda não é um deles e fica aberto direto até o jantar. Comemos uma carne de sol esplêndida e o melhor, uma sobremesa que é o carro chefe da casa. Simplesmente sensacional! Indo lá não deixe de pedir a cocada com sorvete de tapioca. Vale muito a pena, mesmo!
No terceiro dia fomos conhecer a famosíssima praia do Sancho, eleita varias vezes a mais bonita do mundo pelo Tripadvisor. A praia é mesmo um espetáculo! Uma baía de águas transparentes, cercada por falésias cobertas de vegetação, ótima para banho e mergulho. Seu acesso começa no PIC Golfinho (PIC = Posto de Informação e Controle), onde é preciso apresentar a carteirinha do ICMBio. A estrutura do PIC é show e em nossa opinião, pelo que se paga de taxas em Noronha, TODAS as praias mereciam ter PIC iguais a este. No local onde é solicitada a carteirinha do Parque, existe uma loja que vende souvenirs. Há também um bar, banheiros, duchas e guarda-volumes, comum a todos os PIC. Para descer do alto da falésia até a praia, foram instaladas escadarias entre as fendas do penhasco. São duas escadas recém reformadas encravadas na rocha. Como as fendas são bem estreitas, não é possível o trânsito nos dois sentidos. Portanto, foram determinados horários para descer e subir, descritos a seguir:
· 9h às 10h20 somente descida
· 10h30 às 11h20 somente subida
· 11h30 às 12h20 somente descida
· 12h30 às 13h20 somente subida
· 13h30 às 14h20 somente descida
· 14h30 às 15h20 somente subida
· 15h30 às 16h20 somente descida
· 16h30 às 17h20 livre
· 17h30 às 18h somente subida
Como chegamos durante o horário de subida, aproveitamos para fazer a trilha por passarelas de madeira (cerca de 1 km) até o mirante dos Golfinhos, vide mapa. Na volta pegamos a trilha de terra Golfinho-Sancho, à direita. Ela leva por outro caminho, beirando o mar, com alguns mirantes incríveis para praia do Sancho. Enfim descemos e curtimos muito a praia. Não tem infra, então levamos a nossa água. Do lado direito da praia tem algumas sombras e são os pontos mais concorridos.
No dia seguinte, acordamos às 04:30 h para fazermos a canoa havaiana. O passeio descrito pela agência NORONHA CANOE CLUBE é este:
“Venha vivenciar a navegação das embarcações milenares do Triângulo Polinésio. A proposta da expedição é aventura e contemplação no cenário paradisíaco da Ilha de Fernando de Noronha. Pode contar com a sua experiência de nossos instrutores na navegação e com o seus conhecimentos sobre a cultura Polinésia! A expedição tem saída na Praia do Porto. O roteiro tem 4 km, passa pelo Air France, Rugido do Leão, Praia do Cachorro, Praia do Meio e Conceição, com parada pra banho e mergulho. Nós disponibilizamos remos e coletes. Nossos coletes são homologados pela Marinha. A observação dos golfinhos é mais provável no nascer do sol e no segundo horário. É torcer para encontrá-los e viver mais essa experiência inesquecível.”
E foi realmente uma experiência daquelas de ficar babando só de lembrar. A quantidade de golfinhos que vimos foi inesquecível, eram muitos mesmo, beirando a centena. Inclusive deram aquelas piruetas no ar bem na nossa frente. Curta um pouquinho desta nossa experiência, assistindo aos golfinhos e ao Rugido do Leão, que acontece por um fenômeno natural provocado pela entrada e saída violenta da água do mar em uma fenda localizada em um morro nas proximidades da Fortaleza dos Remédios. O ronco é muito alto na maioria das vezes (dependendo da maré) e é tão real que pode até assustar.
E por último, o nosso guia Moisés, excelente, fundeou a canoa próximo ao naufrágio do navio grego Maria Stathatus, que entrou em chamas no porto de Fernando de Noronha em 1937, afundando no local. Vimos muitos peixes e ainda nadamos literalmente DENTRO de um cardume gigante...sensacional!
Depois de regressar ao hotel para tomar o café da manhã, alugamos duas “bikes” elétricas para darmos um rolé em toda a ilha. Fizemos o "ilhatour" de uma forma esplêndida e com zero emissão de carbono! O nosso roteiro seria conhecer, inicialmente, as praias do Mar de Fora e depois o Centro Histórico.
Começamos pela praia do Leão. Muito bonita e considerada uma das mais bonitas do Brasil. Porém, é muito perigosa para banho. Seu nome se deve à ilha rochosa que fica a sua esquerda, que lembra um leão marinho. Antes de chegar à praia, na parte alta, devemos passar pelo PIC Leão e por um mirante com uma vista espetacular. A recomendação para banho é ter muito cuidado e somente na extremidade direita da praia.
Dali seguimos para Ponta Caracas, vide o mapa. Foi um passeio de bike por uma estrada de chão bem agradável até lá. É uma península que oferece uma vista para a imensidão do mar. No regresso, paramos nas ruínas do Forte São Joaquim do Sueste. Pena que o que sobrou do que já foi um forte se resume a dois canhões. Infelizmente não preservamos a nossa história! No local, contemple a vista, pois o cenário é fenomenal.
Ainda fizemos um pit-stop no mirante da Praia do Sueste!
Por último no Mar de Fora, paramos para banharmos na praia do Sueste. Localiza-se exatamente no final da BR-363, a segunda menor rodovia federal brasileira. A entrada é controlada pelo ICMBio, através do PIC Sueste. É uma praia muito bonita, riquíssima em vida marinha. Perfeita para as famílias por ser uma praia abrigada pela baía e quase sem ondas. É praticamente um aquário natural, onde é comum avistar tubarões, tartarugas e diversos tipos de peixes, tornando-se um ótimo local para mergulho com snorkel. Vimos um filhote de tubarão quase na areia da praia e nadamos entre tartarugas enormes.
Aproveitamos a bike e paramos para almoçar no restaurante da Mãezinha na Vila dos Remédios. Eles servem a quilo e com bom custo benefício. Bom para um almoço rápido, porém chegue cedo. No final terá pouca variedade. No mesmo local, tem uma farmácia e loja de souvenirs. Tudão!
Descemos um pouco mais e chegamos ao Bar do Cachorro onde deixamos as bikes a fim de visitar o forte Nossa Senhora dos Remédios. No caminho passamos pela Igreja Nossa Senhora dos Remédios. O templo foi iniciado em 1737, mas apenas foi concluído em 1772.
O templo sofreu obras de restauração em 1891, seguidas de novas intervenções em 1915 e 1919. A última intervenção de restauração teve lugar em 1988, com recursos federais.
Encontra-se tombada a nível federal pelo Decreto-Lei nº 25, de 11 de novembro de 1937.
O Forte também foi erguido em 1737 sobre as ruínas de uma antiga posição holandesa. “Em 1848, durante a Insurreição Praieira, serviu como prisão política. E em 1935, com a repressão à Intentona Comunista, voltou a receber seiscentos prisioneiros políticos, mantendo o presídio em atividade até a criação do Território de Fernando de Noronha, em 1942. Os prisioneiros foram então transferidos para Ilha Grande, no litoral do estado do Rio de Janeiro.” Internet.
A partir de 2018, o forte foi restaurado pelo Iphan e no ano que vem será concedido ao grupo que administra o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro.
O forte teve importância durante a Segunda Guerra Mundial quando voltou a abrigar uma guarnição militar. E como mencionamos no início, destaco que também em 1942, a Força Aérea dos Estados Unidos através do "Programa de Desenvolvimento de Aeroportos", construiu a nova pista e o terminal de passageiros em Noronha. Ainda, neste período instalou uma base entre a Baía do Sueste e a Praia da Atalaia. E mais, durante a Guerra Fria, instalou o 11º posto de observação de mísseis teleguiados, na região do Boldró.
No dia seguinte, fizemos a trilha Atalaia – Pontinha Caieiras. A caminhada de 3.7km até a Pontinha dá acesso a 2 piscinas naturais, além de uma vista lindona da encosta, em frente à Ilha do Frade. Começa no portão do Atalaia, na Vila dos Trinta e acaba próximo ao Porto Santo Antônio. Esse mesmo percurso faz parte da trilha Atalaia Longa (inclui a Atalaia Curta). Obrigatório o acompanhamento de guia. No nosso caso, contratamos o guia logo após pegarmos os cartões de acesso ao Parque, no ICMBio. Algum guia sempre fica ali para tirar dúvidas, porém não necessariamente precisa ser esse o contratado!
Segue o site para contratar os condutores (guias): https://www.parnanoronha.com.br/agendamento
Até tínhamos uma indicação de um condutor, já que a sobrinha da minha mulher mora na ilha, mas por falta de comunicação, contratamos ali mesmo no ICMBio, achando que fosse obrigatório contratar o guia que estava ali. Nosso passeio começava as 09:30h e após fazer a burocracia da entrada e todas as explicações e orientações, conduzidos pelo Ivan e pela Lu, seguimos por uma trilha de terra e algumas pedras até a bifurcação para a trilha Atalaia Curta.
Seguimos em frente no caminho para Pontinha Caieiras. Indicaram que usássemos tênis para fazer essa trilha e que levássemos bastante água, porque é uma trilha demorada e desgastante.
Seguimos contornando o Morro do Francês onde a paisagem é estonteante, bonitona, com destaque para a Ilha do Frade.
Fizemos algumas paradas estratégicas para fotos (postadas acima), indicadas pelo Ivan, excelente guia e morador da ilha, que também nos mostrou a caverna do Capitão Kidd:
“À luz da historia acontecida em Fernando de Noronha, há indícios de que o célebre navegador inglês Francis Drake teria abordado a ilha em 1577, quando corria o mundo. Ele, que era conhecido como "Capitão Kidd", um saqueador dos mares, um pirata, acostumado a pilhar embarcações que singravam os oceanos, sentindo-se caçado por perseguidores nas proximidades da ilha teria escolhido este lugar longínquo para esconder o seu tesouro, em uma caverna sinistra. Verdade ou mentira, a simples presença na ilha dessa figura romanceada em verso e prosa gerou histórias de ganância, de procura, de crenças em mapas que apontariam essas maravilhas em jóias, moedas, insígnias. Até hoje ninguém localizou esse tesouro. Muitos poucos se aventuraram a descer o íngreme paredão que vai dar na caverna onde ele estaria depositado, chamada até hoje de "Caverna do Capital Kidd", situada no mar-de-fora.”
Após descer a encosta, chegamos à primeira piscina natural. Orientados pelo guia de como entrar na água (com colete salva-vidas), porque não podemos encostar nos corais, vimos muitos peixes bem coloridos e outros bem grandes! Delícia! Porém essa piscina não tem uma área de flutuação muito grande, então há de se tomar cuidado para não tocar nos corais.
Após cerca de 30 minutos, fomos avisados pelos guias que a próxima piscina na Pontinha Caieiras estaria seca. Esta piscina é muito maior e dizem ser muito boa, pena que não curtimos por causa da maré. Não faltou transparência ao sermos alertados que a caminhada até lá seria penosa sob um sol escaldante e o tempo todo se equilibrando sobre as pedras enormes, por uma hora. Poderíamos ter voltado dali. Entretanto, fomos conferir uma moréia moradora das proximidades da segunda piscina. Veja:
O passeio terminava próximo ao porto e até tentamos visitar o Museu dos Tubarões, que fica perto. Mas estava fechado, já que este foi o único Domingo do mês que não abria. No caminho passamos pelo Buraco da Raquel, “Segundo estudos da historiadora Marieta Borges, o nome “Raquel” é referência à filha de um dos militares da ilha. Raquel seria "especial" e filha de um dos comandantes que, em crise, costumava esconder-se aí.... As versões populares dizem ainda que Raquel na verdade, escolhia este lugar para os encontros amorosos dela. Ela seria de fato, “uma danadinha”.
O passeio valeu a pena pela primeira piscina, mas achamos que faltou um bom planejamento de horário da tábua de marés, que são bem divulgadas e fáceis de consultá-las. Cobra-se caro pelo serviço de guias e infelizmente não conseguimos fazer as duas flutuações.
No penúltimo dia, fizemos a trilha Atalaia Curta. A atração é uma bela piscina natural rica em vida marinha e de águas transparentes. Como a piscina anterior, somente através de agendamento no ICMBio!
Nossa trilha estava agendada para às 12:30h e nos foi recomendado chegar com meia hora de antecedência ao portão do Atalaia. Como estávamos hospedados bem pertinho, chegamos com mais de uma hora de antecedência. Sorte a nossa, pois o fiscal do Parque antecipou a nossa entrada em meia hora e o que seria o nosso horário acabou sendo cancelado por causa da maré que subiu, formando ondas que passaram a arrebentação que protegia a piscina natural do Atalaia. No local onde fica o ICMBio, também tem um pequeno bar, com venda de sorvetes e bebidas. Neste local se alugam os equipamentos necessários para o snorkel, bem como, os coletes.
Todo o percurso é feito por conta própria, sem a necessidade de guia. A trilha é bem tranquila e muita gente faz de chinelos. São apenas 1,5km de caminhada até a piscina, que leva cerca de 30 minutos. É recomendado não parar no percurso de ida, pois a entrada na piscina é controlada e com horário marcado. Portanto, não atrase para não perder tempo na piscina. Chegando ao local, é preciso aguardar o chamado e orientações do biólogo. Ele controla o tempo do grupo na piscina e também orienta quanto à preservação do local. São apenas 30 minutos de mergulho, que passam muito rápido. No nosso caso passaram mais rápido ainda, já que foram somente 20 minutos, pois as ondas começaram a nos atrapalhar e o biólogo interrompeu o snorkel.
Vimos muitos peixes inclusive um que era bem camuflado parecendo com a areia do fundo. Fotos da internet abaixo:
Almoçamos no restaurante Xica da Silva. Assim como o Varanda, é um dos mais badalados da ilha. Foi nos recomendado o almoço na pousada do Vale, entretanto, fechava as 15h. Gostamos bastante do Xica, que conta com quase 3.000 avaliações excelentes no Tripadvisor. Sua comida é fartíssima e bem saborosa. Valeu a pena!
No dia do regresso, já com saudade, fomos conhecer as praias mais próximas à Vila dos Remédios: Cachorro, Meio e da Conceição.
Como o nosso voo de regresso era só às 17h, deu tempo de sobra para conhecê-las.
Começamos pela praia do Meio, aonde tem o famoso Bar do Meio, que dizem ter um pôr-do-sol inesquecível, assistido de lá! Muito show!
Depois pegamos uma praiosa na Conceição onde tem uma boa infra. Tomamos a nossa última cervejinha, bem mais em conta do que na Cacimba do Padre.
Finalizamos visitando a praia do Cachorro e o Buraco do Galego que viralizou. após as fotos do Neymar com a Bruna Marquezine.
Essa foto acima!
Formam-se filas para cair no Buraco durante a maré baixa e nós só fotografamos:
Para finalizar, destacamos algumas curiosidades da ilha, inclusive já citamos algumas no texto:
1. A primeira Capitania Hereditária do Brasil;
2. A Ilha de Fernando de Noronha já foi uma prisão;
3. A segunda menor rodovia do Brasil, BR 363 - 8 km;
4. Existem navios naufragados na ilha perto da costa e são permitidos o snorkel ou mergulho com garrafa;
5. Não nascem bebês em Noronha. As gestantes são levadas para Recife onde dão a luz, custeadas pelo Governo do Estado de PE;
6. Plástico e Carbono Zero; “desde 2013, já está em prática também o Noronha Plástico Zero, que proíbe a entrada, circulação e comercialização de plásticos descartáveis na Ilha, como sacolas plásticas, canudos, pratos e talheres. Carbono Zero, a ilha se tornou o primeiro território brasileiro com objetivo de ter em sua mobilidade apenas carros elétricos. A meta é para que a partir de 2022 não entre carro à combustão na ilha e a partir de 2030 seja proibida a circulação de veículos à combustão em toda a comunidade noronhense.”
7. Noronha pertence a PE, distante 542 km de Recife e localiza-se bem mais perto de Natal, distante 377 km;
8. A ilha não tem cobras.
9. O meio de transporte mais usado é o táxi, que é bem organizado e TABELADO (porém CARO). Sugerimos pegar o telefone da Central e pedir o seu carro (todos têm um número de identificação). Cuidado, pois em algumas praias não tem sinal de internet e pode ficar difícil falar com eles. Ainda tem ônibus (poucos e com horários escassos), o buggy (por volta de R$400,00 a diária) e a bicicleta elétrica.
Concluímos que valeu muito a pena conhecer Noronha e podemos confirmar que o paraíso é aqui, por tudo que narramos em relação à natureza privilegiadíssima da Ilha. Outro fator muito importante que vivenciamos é a segurança. Inacreditável que deixamos as bikes elétricas com as chaves na ignição e sem trancas, estacionadas na rua em frente à pousada e assim elas permaneceram a noite toda, sendo resgatadas somente no dia seguinte!!! Que maravilha! Mas nem tudo são flores. Constatamos que embora faça Sol praticamente o ano inteiro, bem como os ventos são FORTES e constantes, quase não existe o uso de energias renováveis (solar e eólica), um absurdo! Acredite se quiser, a matriz energética da ilha é composta de geração por meio de uma termoelétrica que em 2019, representava 90% da energia elétrica gerada, restando aproximadamente 10% para a solar.
A gerência da ilha é feita por um administrador indicado pelo governador do estado de PE. Não sabemos para onde vai o dinheiro arrecadado com o TPA, mas certamente não vai para a conservação da ilha. Noronha está muito abandonada se falarmos de urbanização e preservação. Pela taxa diária que pagamos, merecíamos um lugar bem mais cuidado, já que vimos muito lixo, principalmente de resto de obra próximas às pousadas, bueiros abertos e ruas esburacadas. Tínhamos que caminhar pelo asfalto, pois quando haviam calçadas, estas não ofereciam condições de tráfego. Fora os prédios históricos, em péssimo estado de conservação. A Igreja da Vila dos Remédios caindo aos pedaços e o Forte abandonado! Uma pena!
No dia 07 de dezembro regressamos para Recife, no voo Gol 1863 das 17:10 h, horário local, cujo fuso é uma hora a mais que o de Brasília. De lá, pegamos o voo Gol 1861 das 17:45 h para o Galeão. Como este voo atrasou, tivemos tempo de até tomar um cafezinho em Recife. Com a bagagem repleta de emoções e excelentes lembranças a dois, curtimos mais uma maravilhosa viagem juntos! Obrigada, meu amor!
muito bom!