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Trilha da Pedra do Sino



Em cinco de outubro de 2019, programamos com muita antecedência, como sempre, para toda a família subir a Pedra do Sino. Porém, Thiago, Bruno (filhos da minha mulher) e João Gabriel (meu filho) não puderam ir conosco. Fomos somente com a minha filha, a Malu. Seria a minha terceira vez no cume. Em agosto de 2015, eu e minha mulher subimos a Pedra do Sino, pela primeira vez.


“A Pedra do Sino é o ponto culminante da Serra dos Órgãos com 2.275m e lá do alto a vista alcança toda a Baía de Guanabara, a cidade do Rio de Janeiro e parte do Vale do Paraíba, no lado continental. O acesso feito por trilha é um clássico do montanhismo. São cerca de 11 km (cinco a seis horas) de caminhada desde a sede do Parque, em Teresópolis, a 1.100 metros de altitude, até o ponto culminante da serra. O primeiro trecho é mais leve, por dentro da mata, com calçamento da época do Império. As duas cachoeiras no caminho são boas opções de parada. A trilha é acidentada e seu acesso é limitado a 100 pessoas por dia. A trilha é também o trecho final da tradicional travessia Petrópolis-Teresópolis. No alto da Pedra do Sino, a cerca de 2.200m de altitude, está localizado o Abrigo 4, um chalé de montanha destinado a receber visitantes e controlar o uso das áreas de montanha. A construção foi projetada pelo Laboratório de Produtos Florestais do IBAMA, e conta com energia solar e tratamento biológico de afluentes. O atual Abrigo 4 foi erguido sobre as ruínas das fundações do antigo abrigo, que fazia parte da rede de abrigos da trilha da Pedra do Sino. Com capacidade para 30 visitantes (12 beliches e 18 bivaques), dispõe ainda de cozinha e banho quente Junto ao abrigo existe uma área de camping com capacidade para 70 pessoas. O montanhista pode trazer a própria barraca ou alugar. Nesse caso a nossa equipe monta e desmonta a barraca alugada. Assim oferecemos um serviço completo com total conforto aos visitantes.” Site PARNASO

Ficha técnica (site Vamos Trilhar):

Altitude: 2.275 metros;

Nível: Semi-pesada – Nível 5 (entenda o que isso significa – http://bit.ly/1OS9Cad)

Distância: 22km (ida e volta)

Tempo de subida: 4 a 6 horas;


Dentro do Parque, sede Teresópolis, existem outras trilhas bem curtas como a Mozart Catão, a Cartão Postal e a Suspensa, as duas primeiras com um visual de tirar o fôlego, sendo este aqui o endereço virtual de uma delas:


Algumas fotos destas trilhas, realizadas em fevereiro de 2014:









No dia da subida para o Sino, gostaríamos de ter estacionado no final da estrada, no local onde começa a trilha. Porém, em fins-de-semana e feriados não é permitido estacionar ali. Da portaria do Parque até esse estacionamento a estrada tem aproximadamente 3 KM de extensão. Se estiver a pé, já é uma boa caminhada, né? Estacionamos a cerca de 1 km do inicio da trilha em um outro estacionamento.


Durante o percurso passamos por alguns marcos conhecidos como:

· 1ª Abrigo da Pedra do Sino

· Cachoeira do Véu de Noiva

· 3º Abrigo e seu Mirante

· Cota 2000

· 4º Abrigo. (Local de Pernoite)

Veja o mapa:



Área do início do trekking:


2015


2015


2019


2019


O início tem muitas pedras no caminho, o terreno é bem irregular, porém é o trecho mais leve da trilha. Ele é todo sombreado, coberto por árvores, muito bem demarcado e a gente passa por uma parte que ainda tem um calçamento que vem da época do Império.




As nossas mochilas, que deviam estar pesando cerca de uns 7 kg, só começam

parecer mais pesadas lá pela metade do caminho.


Logo a trilha começa a ficar com menos pedras e aparece o Primeiro Abrigo.


O Abrigo 1 foi construído no contexto dos primeiros anos após a criação do PARNASO, durante a gestão de Gil Sobral Pinto, entre os anos 1940 e 1950 (o mesmo se aplica aos abrigos 2 e 3). O Abrigo 1 localizava-se ao lado de uma pedra que constituía uma de suas paredes (local hoje denominado de "Toca dos Caçadores"), e foi desfeito em virtude do deslocamento de tal bloco (LUCENA, 2008)”. Fotos da construção da trilha da década de 40 e ainda, fotos do Abrigo 1 de antigamente e o que sobrou:




Após cerca de 1 hora de caminhada estávamos esperando chegar à cachoeira Véu da Noiva. Até esse ponto percorremos dois km. Como estávamos bem concentrados na caminhada não reparamos a placa e passamos batido, pois a "cachu" estava completamente seca. Só reparamos a placa na volta, onde paramos para refrescar os pés na agua do poço.

Depois andamos quase 2 horas até o abrigo 3, ainda protegido do sol, por estarmos andando em meio às árvores que cobriam o céu quase todo o tempo. Bem perceptível é o canto da ave Saudade, identificado a partir de um longo e melancólico assovio.


2015


Numa das paradas para descanso e lanche, minha filha tocou e cantou “Landslide”, da banda, Fleetwood Mac.


Foi um lindo e muito emocionante presente que eu recebia, pois eu havia feito aniversário dois dias antes.



Abrigo 3 - Este abrigo era todo em alvenaria e possuía dois dormitórios com beliches, refeitório, cozinha e banheiro com água encanada (LUCENA, 2008). Atualmente, apenas a fundação desse antigo abrigo se mantém. A partir dele é possível acessar um mirante com vista privilegiada da cidade de Teresópolis. Fotos do Abrigo 3 e do que restou:





Teresópolis visto do Mirante:


Cota 2000

‘Nesse ponto é possível observar um bloco de rocha que marca a cota de 2000 metros de altitude, com visíveis mudanças no compartimento de relevo, que passa do Planalto Dissecado para o Planalto do Sino, alterando significativamente a paisagem. Essa cota altimétrica implica na alteração da vegetação - os campos de altitude, com presença de solos encharcados e acúmulo de matéria orgânica, passam a predominar. ’ Wikiloc



Como fizemos a trilha com tranquilidade, parando para descansar sempre que necessário, aproveitando bem os mirantes, levamos cerca de 5 horas para chegar ao Abrigo 4.

Fotos da caminhada de 2015:





Fotos da caminhada de 2019:








Chegando ao abrigo, deixamos as nossas mochilas, tiramos os tênis, aliás, todos tem que deixar os sapatos do lado de fora do abrigo, descansamos um pouco e nos preparamos para subir mais um pouquinho até o topo. Ao lado do Camping do Abrigo 4, existe uma trilha que leva até o cume da Pedra do Sino.



Antes de atacarmos o cume, veremos as fotos do abrigo 4 atualmente e de antigamente:


2015


2019




Assim como citamos que autoridades da república subiam a trilha do Açu, reparou que o embaixador americano da época também gostava de uma aventura?!


Dali até o cume a trilha é mais estreita e por cima das rochas. Com cerca de pouco mais de 20 minutos, após apreciarmos uma paisagem incrível das montanhas ao redor, finalmente chegamos a almejada Pedra do Sino. Nesse trajeto, da primeira vez que subimos juntos a Pedra do Sino, minha mulher quase parou no meio do caminho, com vertigem de altura em uma parte da subida que a gente contorna uma pedra, que parece um desfiladeiro. Convencida que não havia nenhum perigo, prosseguimos. Eram cerca de 17h30minh, o céu estava limpo e o sol se pondo, mas conseguíamos ver toda a cadeia de montanhas da região, inclusive o Morro do Açu. O lugar é mágico!


Fotos das duas vezes que atingimos o cume, incluindo o espetacular pôr-do-Sol:


2015


2015


2019












Já no cume da Pedra do Sino, levamos nossas lanternas, pois a gente desceria já de noite. Depois disso, voltamos para o Abrigo 4 para jantar e depois descansar. Nosso jantar foi o famoso miojo com salsichas. Este jantar foi regado a vinho. Demos mole e esquecemos o saca-rolhas mas um dos colaboradores do abrigo, abriu para nós, empurrando a rolha, pois eles também não tem abridor de garrafas de vinho, por lá. Nesta hora sempre conhecemos outros aventureiros e suas historias. Desta vez, um dos assuntos comentados foi a trilha do circuito W em Torres del Paine, Chile, um sonho de muitos ali. (https://pegadasnaestrada.com.br/circuito-w-torres-del-paine-chile/)



Na manhã seguinte demos uma passadinha na Pedra da Baleia, fotos abaixo:







Cabe ressaltar que dessa última vez, o Abrigo 4 nos decepcionou. Do primeiro pernoite em 2015, fotos abaixo, para 2019 a diferença foi substancial.





Além de não ter banho quente, que é essencial no frio lá de cima e dá uma boa relaxada, ficamos preocupados durante TODA a noite, pois havia um bando de ratos no local. Então veja quanta diferença faz uma boa gerência. O preço até subiu, mas o cuidado do PARNASO com o local deixou muito a desejar. Tivemos de deixar nossa comida do café da manhã pendurada na parede do quarto, além de escutar o barulho deles passando pelo teto do Abrigo. Uma vergonha!

Mas o importante é mesmo a trilha, suas paisagens maravilhosas, o desafio de atingir o topo e as memórias boas que levamos desses momentos significativos.


Este portão foi muito almejado na volta rsrs



Para nós, a dificuldade maior hoje em dia é a descida. Isso porque dói muito a ponta dos dedos e joelhos. Ir até o carro após chegar a esse portão (mais um km), foi desafiador! Mas o que resta mesmo são só as boas lembranças desses passeios maravilhosos, com companhias estupendas.

Podemos dizer, com certeza, que essas duas trilhas (Sino e Açu) estão entre as mais bonitas do Brasil. Olha que estamos falando de belezas incomparáveis e bem diferentes entre si. Caminhar pela Chapada dos Veadeiros, Chapada das Mesas, pelos Lençóis Maranhenses ou pelos Cânions do Itaimbezinho também foram experiências incríveis. Enfim, cada uma com as suas singularidades e com a sua magnitude!


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