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Lençóis Maranhenses


Dia 08 de julho de 2015 Após um tour aéreo pelo país, lembrando os bons tempos da Carla na Varig (ela já foi Comissária de Bordo dessa saudosa empresa aérea), parecia um "pinga-pinga", pois saímos do Rio, passando por Brasília e Imperatriz... até finalmente chegarmos em São Luís! Ficamos no hotel Tulip-Inn, na praia do Calhau. Almoçamos no restaurante Cabanas do Sol, recomendadíssimo. De entrada tem um pastel de carne com geleia de pimenta, dos Deuses! Provamos o file mignon de carne de sol, muito bom! Valeu a pena, mesmo sem esquecer que esperamos uma hora para abrir o restaurante. Explico: o recepcionista do hotel, após o indagarmos se o restaurante estaria aberto, aproximadamente às 16h, disse que sim. Ele disse que telefonou para o gerente, será?



Contratamos uma agência de turismo de São Luís, pois esta apresentava um bom roteiro. Tivemos um briefing com a Sandra, da Sacada Turismo e com o nosso guia Danilo, às 19h, na recepção do hotel. A Sandra nos mostrou no mapa todo o percurso que faríamos e passou os últimos detalhes. Ficamos ainda mais ansiosos pelo passeio. As nossas mochilas que já eram leves, ficaram mais ainda, ao deixarmos roupas de viagem no 'locker' do hotel. Interessante essa nossa experiência de viajarmos pela primeira vez, só com uma mochila cada um (nem imaginávamos que dali a 2 anos faríamos o nosso inesquecível mochilão pelo Sudeste Asiático, exatamente dessa forma) e de chinelos nos pés. Não precisaríamos de muita coisa, pois faríamos o que consideramos talvez o melhor eco-turismo brasileiro. Planejamos desde antes de sair do Rio realizar a travessia dos Lençóis, no sentido leste - oeste, a pé, com um pernoite numa vila de pescadores. Dia 09 de julho de 2015 Iniciamos a jornada às 06:00h e após o café da manhã do hotel, embarcamos no micro-ônibus que nos levou à Barreirinhas (uma das cidades de referência, na entrada dos Lençóis). O Traslado em micro-ônibus da BRTUR foi tranquilo, apesar da paisagem ser muito pobre. Fomos ouvindo o Spotify. Duração aproximada da viagem: 4h, em cerca de 260 km (asfalto) com parada de 20 minutos em ponto de apoio para renovar as energias.



Chegamos à Barreirinhas e saímos para passeio de lancha rápida pelo Rio Preguiças, com o PEDRO de capitão da embarcação e guia turístico. Ele explicou detalhadamente o meio ambiente.



Foi possível observar palmeiras como: buriti, juçara (açaí), carnaúba, bem como altas e frondosas vegetações de mangue, que tornam a paisagem bem diversificada. Interessante as árvores do mangue que chupam a água do rio como "canudos"!



A primeira parada da lancha foi em Vassouras, nos pequenos Lençóis. Os Pequenos Lençóis ficam à margem direita do Rio, visto da nascente para a foz. Vimos o artesanato feito com as folhas do buriti, um macaco-prego e após uma deliciosa água de coco, fomos ver a primeira duna e lagoa dos Lençóis. Eu estava sem sunga e só pude curtir a minha mulher banhando-se naquela água doce e quentinha da lagoa.



Dali seguimos para Caburé, que se localiza em uma península entre o Oceano Atlântico e o Rio Preguiças. O local possui alguns restaurantes e almoçamos ali. Antes do almoço, enquanto se fritava o peixe, fizemos um passeio de meia-hora pelas areias da praia, em um quadriciclo. Com direito a banho de mar em uma água deliciosa.





De volta para a lancha fomos visitar a comunidade de Mandacaru, onde subimos ao Farol Preguiças. Com 35m de altura, ele proporciona uma visão privilegiada da comunidade, da foz do Rio Preguiças e dos Pequenos Lençóis, inclusive de Vassouras.




Para finalizar o dia, fomos até o vilarejo de Atins, que é considerado uma das portas de entrada para a travessia dos Lençóis e está em uma das extremidades do mesmo. Realizamos a nossa primeira caminhada (20 min) nas areias dos Lençóis, entre o desembarque da lancha em Atins e a Pousada do Irmão. A pousada é simples, mas bem jeitosa e o diferencial foi a noite completamente ESTRELADA. Um espetáculo comparável ao que vimos nas noites do Atacama.


Dia 10 de julho Explicando melhor, 'o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é uma área protegida na costa atlântica norte do Brasil. É conhecido pela sua vasta paisagem desértica de grandes dunas de areia branca e pelas lagoas sazonais de água da chuva (área de 1550 metros quadrados). O ecossistema diversificado do parque inclui pântanos de mangais. As cidades vizinhas de Barreirinhas e Santo Amaro do Maranhão servem de porta de entrada para o parque.' Wikipedia.

Veja o mapa abaixo para acompanhar o relato da nossa travessia.


Acordamos bem cedinho, às 5 h da manhã. Saímos da pousada na Toyota do Irmão para a foz do Rio Negro, após um café da manhã servido pelo próprio dono e partimos ao encontro do guia local, para o início do nosso trekking. Dois guias para nós dois, muito chique! Uma das boas dicas que lemos na internet, vendo relatos de outros turistas, foi a de contratar uma camionete 4 x 4 para realizar o trecho da praia e assim fizemos. Se fossemos caminhando, desde Canto do Atins (ponto 10) até ao povoado Baixa Grande (ponto 13), um dos oásis do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, faríamos o percurso em cerca de 7 h.



Ainda bem que fomos de Toyota até a foz do Rio Negro (ponto 6), pois o cenário é bem comum, parecido com o de uma praia comum.



O atrativo de caminhar nas dunas começa mesmo na foz do rio. Nossa aventura começou pra valer as 7 h da manhã ao iniciarmos a travessia, no sentido leste x oeste, dos famosos Lençóis Maranhenses. Fizemos os aproximadamente 30 km em dois dias, INESQUECÍVEIS!! Sempre estivemos acompanhados dos guias Danilo, morador de Alcântara - MA e do Biziguinho, apelido do Valter, morador de Queimada dos Britos (ponto 12). A região revela paisagens encantadoras e singelas. Após caminharmos por uma hora e meia, encontramos uma das inúmeras lagoas e lógico, torna-se obrigatória a parada para um refresco nas suas águas cristalinas.



A aventura seguiu até Baixa Grande, cerca de 3h, desde a praia, onde fomos recebidos pelos moradores, Dona Dete e Moacir. Chegamos cedo à Baixa Grande, às 10h e aproveitamos para nos banhar no rio próximo à casa da D. Dete. Que delicia curtir um banho de rio. 'Unforgettable!'










Após um almoço bem preparado e regional, com galinha caipira, feijão, arroz, macarrão e salada de beterraba com cenoura, descansamos um pouco no redário e às 15h, o Biziguinho nos chamou para a segunda etapa do dia, cerca de 10 km, até a sua residência. Mais dunas, lagoas, banhos, areia branquinha, finíssima e que não esquenta os pés, mesmo ao meio-dia, devido a sua constante movimentação. E nos deliciávamos naquele cenário sensacional. Ainda contemplamos um pôr-do-sol fantástico antes de adentrarmos ao oásis de Queimada dos Britos.












A entrada em Queimada é digna de nota, pois a fizemos à noite, cruzando trilhas e rios em um completo breu, só com lanternas individuais. 'Amazing!'


































Após um banho revigorante na casa do Biziguinho, foi servido o jantar pela Jesus, esposa do Valter. O jantar foi idêntico ao almoço, afinal de contas é o cardápio da região. O que já até inflacionou o preço da galinha caipira.


Dois detalhes que cabem ressaltar da modesta casa do Biziguinho. Primeiro, que ele tinha acabado de construir o banheiro e o mesmo ainda estava sem teto, ou seja tomamos banho curtindo as estrelas. Segundo, que com muito orgulho ele dizia que recebeu de um turista alemão a grana para comprar uma única placa solar, que alimentava somente um ponto de luz na sala.


Pernoitamos no redário da casa, ou melhor tentamos dormir. É difícil dormir em redes para quem não está acostumado. A Jesus e seus filhos preferem rede a camas. Queimada dos Britos já foi palco de filmagens como "Casa de Areia" e algumas outras reportagens nacionais, você sabia?



Dia 11 de julho - Queimada dos Britos x Betânia. Às 05:00h foi a alvorada e após o café da manhã regional, comemos bolo da nossa anfitriã, que não acertou a mão, pelo menos conosco e partimos rumo a nossa caminhada. Neste dia percorremos cerca de 15 km (aprox. 6 h). Saímos às 06:00 h da manhã para o último trecho do trekking, até o povoado de Betânia. Este trecho foi um dos mais belos da nossa jornada, por apresentar imensos paredões de dunas cercados de lagoas com diversas cores, tais como verde esmeralda e azul turquesa. INCREIBLE! Vai ficar para sempre nas nossas lembranças e corações!!! Em determinado momento registrei, filmando 360 graus, a visão paradisíaca somente avistando dunas BRANQUÍSSIMAS e lagos. Paramos duas vezes para os banhos. Os guias, educadíssimos, afastavam-se para que ficássemos mais à vontade nas lagoas. A segunda lagoa, cerca de 1h do nosso destino foi o máximo. A Cor da água era azul turquesa e foi a única vez que dividimos o cenário com outras pessoas na nossa travessia. Tinha até kite-surf para embelezar ainda mais o palco.





Chegamos em Betânia (ponto 4) quase meio-dia e fomos para o Cantinho da Felicidade, restaurante da localidade. Felicidade mesmo, pois tomamos a melhor cerveja das nossas vidas, até hoje, é claro, pois outras virão e comemos um cabrito ao leite de coco, pra lá de gostoso. Conhecemos o Marcha Lenta, motorista da Toyota que nos levaria até Santo Amaro (estrada de areia). A Toyota pertence a Rota das Trilhas mesma empresa da lancha que fizemos o passeio pelo Rio Preguiças.












Chegamos na pousada CIAMAT, em Santo Amaro, às 17:00h, onde pernoitamos. A pousada é de italianos que fixaram residência na cidade e o nome é em homenagem aos filhos Tiago e Mateus. Quem nos recebeu foi a mãe deles, D Fulvia, muito simpática. Veja o nosso chalé, que show! Jantamos um macarrão à bolonhesa, massa artesanal, EXCELENTE.













Dia 12 de julho - Santo Amaro x São Luis Após um também maravilhoso breakfast, fomos conhecer a pacata cidade de Santo Amaro e comprar artesanato local. Era domingo e o comércio estava fechado, mas achamos uma loja aberta e conseguimos produtos de buriti e outras lembranças dos Lençóis para materializar essa incrível viagem. Na volta da cidade tomamos banho no rio ALEGRE em frente a pousada. Que delícia de banho de rio. 'Unforgettable!' Again!!!



Após o almoço, um peixe ao molho de maracujá, dos deuses, fizemos o traslado em veículo 4x4 até Sangue (pela areia) com o Marcha, desta vez muito mais lenta, onde trocamos a Toyota pelo micro-ônibus da BRTUR, que atrasou muuuuito! Mais de uma hora. A chegada foi às 21:00 h em São Luís, mas como fomos os penúltimos a desembarcar chegamos no hotel Tulip Inn às 22:00h. Descansamos um pouco até 01:30 h já do dia 13 de julho e a Sandra com o seu marido Augusto nos levaram até o aeroporto. Decolamos de lá, em voo direto para o Rio às 03:20h e aumentamos a nossa bagagem sobremaneira, pois ela veio repleta de emoções, muito amor e lembranças de um paraíso chamado Lençóis Maranhenses.

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