Todo mês de janeiro, desde 2014, passamos alguns dias em Visconde de Mauá – RJ. A hospedagem é na Pousada Mauá Brasil, um luxo só. Reservamo-nos esta extravagancia, pois é uma vez na vida, ou melhor, uma vez por ano.
Como a primeira vez a gente nunca esquece, vamos começar pela mesma. Chegamos em Mauá após passarmos alguns dias em Conservatória - RJ e depois seguimos viagem para curtir Tiradentes - MG.
Paramos no centro de visitantes da cidade, localizada ao lado da igrejinha de São Sebastião:
A região de Visconde de Mauá localiza-se no alto da Serra da Mantiqueira e é composta por 3 vilas principais: a vila de Visconde de Mauá, Maringá e Maromba, que ficam a 5k e 8km da primeira, respectivamente, e nesta ordem de chegada, pela RJ 163. Wikipédia
Veja os Mapas da região após Penedo e repare que fica ao lado da divisa entre RJ e MG:
A região de Visconde de Mauá é um distrito que pertence a dois estados e três municípios: Itatiaia (RJ), Resende (RJ) e Bocaina de Minas (MG). Entre as vilas de Mauá e Maringá ficam os vales das Cruzes, do Pavão e vale do Alcantilado; entre as vilas de Maringá e Maromba fica o vale da Santa Clara. O Rio Preto, que acompanha a estrada, separa os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Somente nesta nossa ultima estadia (2021), atravessamos a ponte abaixo e conhecemos a Maringá mineira.
A RJ 163 segue para Maromba (RJ), a terceira vila, com seu famoso Escorrega (cachoeira). O grande atrativo de Mauá, sem duvida é a natureza que foi favorecida com muitas cachoeiras e para todos os gostos. É só escolher a sua no mapa abaixo:
Continuando sobre a nossa primeira vez ali, como já havia dito, paramos no Centro de Visitantes e a atendente nos informou que as distâncias entre as cachoeiras eram acessíveis.
Saímos de carro da Pousada, que fica a cerca de três km do centrinho de Mauá e fomos a pé até Maringá. A ideia seria correr entre Mauá e Maringá, mas logo na primeira subida desistimos, já que é uma pirambeira só... De Maringá fomos até a cachoeira Santa Clara, abaixo:
Dali até a Cachoeira do Santuário já foi perrengue. Não chegava nunca! Em determinada subida, perguntamos a uma local que passava de moto, se faltava muito e a resposta foi: _Depois desta subida ‘ingridi’, falta pouco....(nunca esquecemos esse "ingridi"! Até hoje usamos essa palavra nova do dicionário em algumas ocasiões e rimos muito!)
Enfim, chegamos já no final da tarde. Na ‘cachu’ só nós, aproveitamos para relaxar e namorar muito. Valeu todo o esforço. A Carla acabou levando uma picada forte de um marimbondo, bem no "forévis" rsrs. Ficou uma bolota enorme por uns dias...
Almojantamos em Maringá no regresso, uma truta deliciosa, regada a uma chuvarada daquelas. Pegamos um taxi até Mauá, debaixo de um diluvio. Embarcamos no nosso carro e corremos para a pousada.
Nossas primeiras vezes visitando Visconde de Mauá, foram no tempo em que a estrada ainda era de terra. Somente entre 2012 e 2014, o acesso foi asfaltado. Esse progresso foi rejeitado, a época, pois acreditava-se que junto com o asfalto, viria também o turismo em larga escala. Nesse tempo, esse trecho aprazível da Serra da Mantiqueira era conhecido como reduto hippie. Ainda encontramos alguns. Por exemplo, na nossa ultima visita à Santa Clara, no ano passado, havia um artesão vendendo seus itens debaixo de uma lona de plástico.
Adoramos o restaurante Gosto com Gosto, em Mauá. Super recomendamos. O cardápio é maravilhoso e a linguiça com torresmo da entrada são sensacionais! Melhor torresmo da vida, com certeza! O restaurante faz parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, aquela com os pratos decorados personalizados. Sempre trazemos um prato de recordação. Pena que o de 2021 ainda não estava pronto. Já temos 7 na nossa coleção!
Sobre as cachus, ponto forte da região, destacamos:
A Santa Clara, que é a cachoeira mais alta de Maringá. Tem uma queda de cerca de 30 metros e um poço delicioso embaixo para tomar banho. Fica dentro do Parque Nacional do Itatiaia.
A trilha de acesso é leve e tem cerca de 250 metros de descida fácil. A chegada à cachoeira é lindíssima, pela altura da água.
A do Escorrega tem um trecho de estrada de terra a ser percorrido a partir de Maringá, mas quando a gente chega na Cachoeira, logo esquece a buraqueira. Na época de chuvas é inevitável não saculejar bastante, mas a gente se diverte muito no escorrega e fica encantado com o lugar. Há vários restaurantes simples e de comida caseira na Vila de Maromba.
No caminho para Maromba ainda passamos pela cachoeira Véu da Noiva, também uma delícia e pela Igrejinha de São Miguel Arcanjo, na vila.
O complexo do Alcantilado, onde já fomos duas vezes, é uma propriedade particular com 9 cachoeiras de vários tipos e graus de dificuldade, que são acessadas por uma trilha de 1,5 km. No caminho, grutas, piscinas naturais, mirantes e muita Mata Atlântica. A última cachoeira é a do Alcantilado, com 50 metros. Dentro do complexo há bar e restaurante. O estacionamento é gratuito, ou melhor faz parte do pacote de ingresso.
A Pousada Mauá Brasil é magnifica e foi eleita sete vezes seguidas a melhor de Mauá pelo Guia Quatro Rodas. Na sede principal situam-se a recepção, o restaurante, a piscina e sauna interligadas, o ofurô e a academia. Iniciaram-se as obras para ampliação do salão do restaurante e uma nova academia. O visual do hotel para a Serra da Mantiqueira é sensacional e a privacidade dos chalés é muito boa. São bem distantes entre si. Perfeito para casais em datas românticas, inclusive não aceitam crianças. Por oito anos celebramos aqui a nossa lua-de-mel.
O café da manhã é um brunch servido até às 14 h. Normalmente damos uma malhada ou caminhada antes do mesmo e só almojantamos bem tarde. São frutas, pães quentinhos e maravilhosos, sucos, ovos, queijos, frios, iogurte, cereais, um prato quente, uma sobremesa e um drink, tudo de dar agua na boca só de lembrar. São 15 chalés incríveis. Já ficamos no 5, 8, 11, 13, 14 e 15.
Como dissemos anteriormente, sempre fomos no verão e a temperatura varia de 20 a 30 graus. Costuma chover todos os dias. No ano passado ficamos até sem luz por pouco tempo e assistimos a um espetáculo dos vaga-lumes indescritível!
Nesta ida de 2021 choveu demais, principalmente à tarde e à noite. Inclusive pretendíamos fazer a trilha da Pedra Selada, mas fomos desaconselhados. Falando em caminhada, pertinho da Pousada, existe uma estrada de terra muito agradável e normalmente no dia de ir embora passeamos por ela.
Primavera e outono são épocas excelentes para conhecer a região e nossa próxima ida será em maio, a fim de curtir o frio e fugir da época de chuvas.
Indubitavelmente é sempre um inicio de ano revigorante para nós em meio à uma natureza tão magnifica, com um companheira tão amorosa e inigualável.
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