Maridão me recebeu no aeroporto, com um buquê de girassóis!
Oi pessoal! Então, muito fácil descobrir quem estava no aeroporto me esperando, né? O João veio de Nha Trang (nossa cidade) para me encontrar lá em agosto de 2022, quando vim do Brasil para encarar essa aventura aqui no Vietnã.
Cheguei completamente acabada! (ver post ‘o início de tudo’ aqui no blog). Mas o João já havia reservado um hotel para nós, em Ho Chi Minh City (HCMC), para ficarmos 2 dias por lá, o que seria suficiente para eu me recuperar um pouco da viagem e também para passearmos pelos lugares que não havíamos visitado no nosso mochilão pelo sudeste asiático em 2017.
Nos hospedamos no Adora Art Hotel no distrito 1, o qual classificamos de bom custo benefício.
O fuso horário em HCMC é de 10 horas a mais do que no Brasil!! Por isso, leva um tempinho até a pessoa entrar no trilho novamente. Estudos dizem que a adaptação é de uma hora de fuso para cada dia, ou seja, DEZ dias. Ufa!
Vou falar um pouquinho então sobre a cidade:
Ho Chi Minh, antiga Saigon (o nome foi trocado em homenagem ao líder norte-vietnamita, que morreu antes do fim da Guerra do Vietnã) é a maior metrópole e centro financeiro do país, mas a capital é Hanói.
HCMC tem cerca de 10 milhões de habitantes (2023).
Sua economia é extremamente pujante com crescimento de até 6% ao ano em 2023. Todas as lojas de grife mais importantes do planeta tem filiais por aqui. O trânsito é caótico e é até considerado uma "atração turística".
Os turistas brincam de atravessar a rua no meio daquele mar de motos (muito mais motos do que carros) buzinando o tempo todo. Os sinais de trânsito só aparecem nas vias MUITO movimentadas e mesmo assim as regras de trânsito não são muito respeitadas.
Aprendemos logo a técnica de atravessar a rua: é encarar o motorista e não parar, apenas continuar atravessando (rezando muito para chegar do outro lado rsrs), pois as motos é que tem que ir desviando dos pedestres!
E hoje em dia, pilotamos as nossas motinhos por aqui, sempre devagar e obedecendo a regra do trânsito que é, não ter regra, hehe.
O clima é tropical e a média anual é de 28º. O ano é dividido em duas estações distintas no país: a estação chuvosa, que inicia geralmente em Maio e termina no final de Novembro e a estação seca, que vai de Dezembro até Abril.
Em Nha Trang é um pouco diferente e a chuva vai de setembro a dezembro, que sorte!
Um toque muito importante para quem quer visitar o país é pesquisar, por região, sobre a melhor época para fazê-lo, pois as monções asiáticas acabam com qualquer plano de férias. Não são chuvinhas leves...são muito intensas e contínuas. Você não vai conseguir sair do hotel! Inclusive, já vivenciamos esta situação, de ficar "ilhados"(literalmente rsrs) em Phú Quốc, mas não foi por falta de aviso, né?! Podendo viajar pelo país somente durante os feriados, nos restou esta oportunidade de aproveitar um deles e o fizemos no dia 02 de setembro de 2023, quando é celebrado o dia da independência do Vietnã.
Um pouquinho de história...
Com o fim da Segunda Guerra Mundial (II GM), Ho Chi Minh e seu partido comunista anunciaram a independência do país em 1945. Os colonizadores franceses não a reconheceram e os vietnamitas já treinados por expulsar os japoneses que invadiram o país na II GM, pegaram novamente em armas. Foram oito anos de guerra até que a França reconheceu a independência da região Norte, mas se recusou a ceder o Sul. Como presidente do Vietnã do Norte, Ho Chi Minh liderou a luta para recuperar o Sul (região que era apoiada pelos EUA) e reunificar o país, isto desencadeou a Guerra do Vietnã (1955 - 1975).
Como o país ficou sob ocupação francesa durante décadas no século 19, muito da culinária, cultura e arquitetura vem dessa herança. Das comidas, destacamos o Banh Mi, um sanduíche bem gostoso, no pão francês com diferentes recheios. Segundo a BBC, é considerado um dos melhores sandubas do mundo.
Da arquitetura francesa, já visitamos o Majestic Hotel, a Catedral de Notre Dame, o Teatro Ópera de Saigon e o mercado Bem Thanh. A igreja é uma das mais antigas do Vietnã, oficialmente Catedral Basílica de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, construída entre 1863 e 1880. Seu belo estilo gótico é impressionante. Todos os materiais de construção foram importados da França sendo que a parede externa foi construída com tijolos oriundos de Toulouse, fato que mantém a cor “tijolo” até hoje.
Falando em igrejas com esta herança, não poderíamos deixar de mencionar outras duas. A Catedral de São José, projetada como uma réplica de Notre-Dame de Paris, situada em Hanói, belíssima e a Nha Trang Cathedral, catedral da nossa cidade, toda em pedras e também, muito bonita.
A Ópera de Saigon é utilizada como palco para eventos culturais, artísticos e de entretenimento. O edifício tem arquitetura clássica francesa com muitas belas decorações. Tem capacidade para até 1.800 lugares e é considerado um dos maiores e mais belos teatros do Sudeste Asiático. Demos muita sorte durante nossa primeira viagem para cá, pois logo após visitarmos a catedral, pretendíamos apenas conhecer o Teatro, já que são bem pertinho um do outro, mas para nossa surpresa estava levando uma peça.
Muito bom o show por sinal! Era uma apresentação folclórica com bambus e a descrição também está nesse link aí mais acima.
O Mercado Ben Thanh é um local de comércio de mercadorias, lembrancinhas, roupas, comidas, bugigangas, enfim, tem de tudo e conta com cerca de 1.500 barracas.
Possui 4 portas principais margeando 4 ruas e 12 portas laterais em 4 direções. Esta também é uma das obras arquitetônicas remanescentes do período colonial francês e tornou-se um símbolo da cidade.
Veja todos esses locais citados, no nosso blog do mochilão de 2017 (mochilão Vietnã).
Em maio de 2023, voltamos para Saigon, desta vez de trem, para conhecermos o Delta do Mekong.
Saímos de Nha Trang na sexta-feira à noite e regressamos no domingo de avião.
Fomos avisados por uma amiga brasileira, que mora aqui, para levarmos a própria roupa de cama, pois a do trem não é muito confiável, se é que me entendem... E assim nós fizemos. Nesta malha ferroviária, o trem é bem fraquinho e tem até baratinhas. Furada!
Nos hospedamos desta vez no Au Lac Charner Hotel bem próximo ao mercado. A localização é perfeita por estar perto de varias atrações da cidade, podendo fazê-las a pé.
O diferencial do hotel é o chá da tarde, com boas opções de café, chá e doces. Nós recomendamos a hospedagem nesta área, chamada Distrito 1.
Na minha infância era comum ouvir nem aqui nem na ‘Cochinchina’ quando se referia a algo impossível ou muito longe. Você sabia que esse lugar existiu e é justamente sobre ela que estamos comentando? Pois é, a antiga Saigon foi a capital do protetorado francês da Cochinchina (1862–1954) e do Vietnã do Sul (1954–75). A Cochinchina (atual Nam Ky) abrigava Saigon, o Delta do Rio Mekong e os incríveis túneis de Cu Chi. E adivinha quem deu o nome à região? Os portugueses. Nossos colonizadores também estiveram aqui.
Em uma de suas expedições, eles descobriram que o lugar era chamado de Kuchi, uma palavra de origem malaia. Entretanto, já existia um outro lugar chamado Kochi, na Índia. Assim, para não dar confusão, os lusitanos (que chamavam o local indiano de Cochin), decidiram dar o nome de Cochin-China por estar perto da China. Li esta explicação na revista Super-interessante.
Estando na "Cochinchina", aproveitamos para conhecer o Delta do Mekong.
Fizemos um tour de um dia contratado na Viator que incluía a Pagoda Vinh Trang, um passeio de barco pelas pitorescas ilhotas da cidade de My Tho (mapa abaixo), passeio de canoa por córregos cobertos de palmeiras, muito usados durante a Guerra do Vietnã e um concerto de música folclórica tradicional após o almoço, além de ver o artesanato local, produção de mel e balas de côco. Tentamos fazer um passeio de bicicleta pela área do restaurante onde almoçamos, mas caiu uma chuvarada e tivemos que abortar a missão.
Algumas das atrações turísticas do país giram em torno da Guerra Americana, como os vietnamitas chamam a Guerra do Vietnã. Sem dúvida duas das melhores localizações para visitação são o Delta do Mekong e os túneis de Cu Chi. Como já havíamos visitado os túneis em 2017, durante o nosso mochilão pelo sudeste asiático, restava conhecer o Delta. Por ter sido um palco importante na citada guerra, sendo cenário de vários filmes, como Platoon e Apocalipse Now, atrai muitos turistas.
O tour foi muito bom, porém como sugestão, indicamos combinar o Delta do Mekong com os túneis de Cu Chi para ganhar tempo. Como são relativamente pertos dá pra fazer o combo e várias agencias online os oferecem, inclusive a Viator.
Nossa primeira parada do tour foi na pagoda Vinh Trang, um templo budista construído no Sec XIX muito legal, com bonitos jardins e com muitas estátuas.
A principal é o Buda Feliz abaixo, que até virou um porta-retratos na nossa casa.
Na segunda parada visitamos uma ilha chamada Phoenix e nesta vimos uma produção de mel. Interessante é que as abelhas ficavam cercando o chá que nos foi oferecido, mas não nos picavam!
A próxima parada foi a fábrica de balas de côco.
Feitas artesanalmente vimos todo o processo de manufatura e aproveitamos para comprar algumas delas. Entretanto, o que chamou mais a nossa atenção foram as cobras que envelheciam o vinho de arroz. Bizzarro!
Chegou então, o momento mais esperado do passeio, o mais icônico do dia, que foi entrar nos Nipa Canals em barcos típicos do local, cercado de palmeiras e usando o Noi La, chapéu típico vietnamita.
Forte emoção ao percorrer este trecho que lembra muito o cenário da guerra.
Por fim, almoçamos em um pomar com comidas típicas e onde assistimos a uma apresentação de um grupo de cantores regionais, provavelmente donos do local, pois a cantoria era muito fraca!
Em junho de 2024, voltamos para Saigon, motivados desta vez para conhecer o ônibus leito vip, três atrações turísticas e o Pasteloa, um restaurante brasileiro.
Minha esposa queria conhecer o buzão e lá fomos nós na sexta feira à noite encarar a viagem de 6 horas até HCMC.
Já imaginou um ônibus bem diferente? Nós asseguramos que aqui eles são muito loucos, sendo dois andares de cama e que parecem boates ambulantes de tanta luz neon colorida.
Veja este vídeo do nosso Instagram @livingvietnam_h2o que resume muito bem a nossa viagem classificada como uma experiência muito boa!
Eu estava preocupado, pois o trânsito que vc já leu aqui não tem regras, além de que a utilização incessante das buzinas pelos motoristas é muito comum, então imaginei que a viagem seria mais do que uma aventura.
Apesar de não ter dormido quase nada, a jornada foi tranquila já que a rodovia agora é uma 'highway' recém inaugurada e o motorista quase não buzinou.
Recebemos algumas dicas de uma amiga vietnamita, como por exemplo, escolher o ônibus de 20 lugares, pois as camas são mais compridas, o que nos ajudou bastante a escolher o 'sleeping bus' correto.
Indicou ainda o aplicativo certo para comprar os tickets, pois as opções de escolha são inúmeras e sem uma assessoria nem sempre seriam as melhores.
Da arquitetura francesa, faltava conhecer a estação Central dos Correios de Saigon e esta foi a nossa primeira etapa do tour de sábado, após nos instalarmos no mesmo hotel que da nossa última vinda para cá - Au Lac Charner.
A estação fica do outro lado da Catedral de Notre Dame de Saigon (em reforma), distante 15 minutos a pé do hotel.
Após a invasão em 1863, o Vietnã fazia parte da Indochina Francesa e na época foi estabelecido um sistema de comunicação chamado 'Saigon telegraph-wire'.
Em 1886, o Central Post Office foi construído para ampliar a rede postal.
Reparou o selo da foto acima? Carimbado Cochinchina Saigon!
O designer deste edifício foi Gustave Eiffel, o mesmo da Torre Eiffel (Paris) e da Estátua da Liberdade (Nova York).
Na entrada desta magnífica agência de correios, há um relógio enorme que funciona há quase 130 anos. Em ambos os lados das paredes internas do prédio, há dois grandes mapas meticulosamente desenhados: um retrata Saigon e seus bairros em 1892, enquanto o outro ilustra a rede de linhas telegráficas através do Vietnã e Camboja em 1936.
Até hoje essa agência dos correios funciona e de lá mesmo enviamos cartões postais para o Brasil.
Dali fomos visitar dois restaurantes/cafeterias ligados à Guerra do Vietnã.
Soubemos da existência destas cafeterias pelo Instagram e fomos conferir onde eram armazenados cerca de 2 toneladas de armas. Localizada em um pequeno beco no Distrito 3 da Cidade de Ho Chi Minh, a cafeteria Do Phu costumava ser o “endereço secreto” das Forças Especiais Vietcongs, especializadas em esconder e armazenar armas para se preparar para a Ofensiva do Tet em 1968. A explicação desta campanha está no nosso post de Hue, que em breve será publicado.
A segunda cafeteria de mesmo nome, distante 15 min a pé da primeira, tem mais cara de museu. Também era um antigo bunker que até hoje conta com um elevador bem antigo, ainda em funcionamento. Para quem é apaixonado por antiguidades e história como nós, recomendamos a visita.
Seguindo... O distrito 5 de Saigon já foi o lar do Cassino Grande Monde, de proporções gigantescas. Hoje em dia é um café muito peculiar: Koi Garden Coffee.
Em piscinas instaladas no chão, pelo menos cinco espécies de carpas ornamentais nadam ao redor dos clientes sentados em mesas, dentro das piscinas.
Enquanto as pessoas tomam bebidas típicas vietnamitas, como por exemplo esta cerveja invertida aí da foto, que parece uma sangria, centenas de peixes se aglomeram próximos às mesas, na esperança de conseguir uma boquinha. E para isto, junto com o menu, os garçons trazem saquinhos bem baratos de ração.
Encerramos o nosso tour em um restaurante brasileiro em Saigon: O Pasteloa.
A Eloá abriu esta pastelaria aproveitando que existe uma comunidade de cerca de 300 brasileiros morando na cidade. Matamos a saudade dos nossos saborosos petiscos, eu das empadas e a patroa dos pastéis. O cardápio conta até com feijoada e nós gostamos bastante do restaurante!
O casal H2O (a química perfeita) finaliza este post esperando que tenham gostado e que o mesmo seja útil para vcs planejarem a sua próxima viagem para a Cochinchina ou se te mandarem para lá, certamente vc vai curtir, né? Deixe o seu comentário abaixo.
Arrasou mi amorrrr
Cochinchina é logo ali hebe